domingo, 6 de janeiro de 2013


Sustentabilidade é Bahia, ou Turista!
Analisando alguns desdobramentos sustentáveis, me sinto chocada com a analogia direta, cuja minha imaginação desmembrou. Grandes fundações, corporações e indústrias desenvolvendo projetos lindos de salvem animais por exemplo, a fim de arrecadar sei lá quantos bilhões ou trilhões de dólares em prol de reservas ambientais, que me pergunto: Será que de fato existem? Será que o objetivo é de promover a sustentabilidade? Claro que não. Podem ter algumas reservas aparentes, que não custam um terço do que se é acumulado nas campanhas de marketings justamente para que se consumam os produtos que geralmente não serve para nada e que possuem a imagem de ecologicamente corretos, em defesa dos animais que servem de logotipos para arrecadação de verbas. Pensando sobre esses absurdos comparei imediatamente com as famílias italianas imigrantes em Nova Iorque, Alcapone, entre outros que inspiraram o filme o poderoso Chefão. Sim, pois essas ONGs, fundações estão num processo acumulativo tão fértil, dentre o meio social que se dispõe em beneficiar os animais para não pagar impostos, que o oculto, como lavagem de dinheiro, abuso de poder, extermínio de pessoas, monopólio de turismo e mínima preocupação com os animais é decorrente, não aparece para que pessoas como nós, simples, porém preocupados com perspectivas do futuro pensem por alguns instantes que as ONGs podem ser um caminho, já que não há políticas que tomem partido pelas causas naturalistas.
Recentemente, minha família e eu fizemos uma visita à Bahia, certamente um lugar lindo, maravilhoso, riquíssimo em patrimônio natural, cultural, o verdadeiro berço da cultura, “civilização” brasileira e suas maravilhas. O fluxo de rentabilidade baiana gira entorno da produção de coco, dendê, produção cultural, musical, turismo entre outros. Lá conhecemos o projeto Tamar, um lindo projeto que nasceu de lutas de ambientalistas que visavam acabar como o consumo de carne de tartarugas, que poderia levar a extinção desses animais que ao desovarem eram caçados para ornamentarem pratos típicos da região, na década de 60. Bacana, o projeto ganhou corpo, a área toda foi “civilizada”, ou seja, os nativos daquela região tiveram que sair do local para que pudessem “melhorar a aldeia”, para ser mais específica a aldeia, transformou-se num centro de artesanato, sem artesãos, isso significa que existem empresas que empregaram pequenos artesãos, empresários que empregaram alguns trabalhadores locais. Esses residem no projeto Tamar, enquanto outros foram arrancados das suas regiões. A princípio, o projeto era real, tinha um objetivo que é justo, mas ao longo de sua caminhada foi aderindo à ponta das armas capitalistas, onde foi estabelecido que a causa maior fosse transformar aquele espaço num dos polos turísticos da Bahia. 
Nesse Estado fértil, produtivo, rico, caloroso de qualidades mil, existe muita pobreza, muito desrespeito ainda com a vida humana, pois tivemos a chance de ver de perto a pobreza das pessoas, favelas enormes, mas diferentes do Rio de Janeiro, onde as pessoas tem certo aparato para melhorar as condições do dia a dia, assim como aqui no Rio grande do Sul. São pessoas simples, doloridas, marcadas pelos problemas de saúde, educação, transporte, segurança e por ai vai... E que odeiam turistas, sua maior fonte de renda. E por quê? Porque os turistas a maioria são brancos, racistas que quando olham para o povo baiano, sua discriminação é latente. Porque tratam as mulheres baianas de modo vulgar, estereotipado, sem compreender que apreciar a sensualidade negra, não significa que deva faltar com o respeito às mulheres e homens, significa que nós negros somos lindos, sensuais, que rebolamos muito e bem e que somos livres, e está na hora de respeitarem a nossa liberdade sem perder a cabeça, nem por pudores amedrontadores, nem por sentir-se apoderados pela beleza negra a fim de cometer atos de loucuras. Vinicius de Moraes é um exemplo que deva ser seguido de como expressar o respeito e seu encantamento pela mulher negra, e no caso Baiana na música garota de Ipanema.  
Sem mais me alongar, não há como se ter uma consciência sustentável em condições capitalistas, e tomo como exemplo a Bahia, porque deveria haver políticas e estímulos à população a conscientizar-se nos aspectos ambientais, em termos de conservação seja das espécies, seja dos danos ambientais provocados pelos empreendimentos que em grande parte são estrangeiros. E pelo contrário do que deveria ser crítico, no sentido de desenvolver o grupo social baiano. Se encontra muitos aspectos do regime colonialista, que ainda mata despudoradamente, que rouba, escraviza, expulsa famílias de suas casas, suas regiões, e por fim resolve tudo na ponta dos canos de armas de fogo. Para ter uma ideia, estivemos em tempos de eleições, onde as pessoas que conversávamos diziam o seguinte: “- Bom mesmo era no tempo do ACM, achamos que com PT iria melhorar, porque os tempos são outros, mas nada... a violência aumentou e com bandido se resolve a bala.” Resultado: ACM Neto ganha as eleições para chefe do Estado da Bahia. Um drogado, que trás resquícios mais aprimorados da política colonial, que a meu ver é a cara do filme “Poderoso Chefão – A saga pela hegemonia do poder”, um governo que privatiza, lucra para seus governantes, não tem interesse em conservar a área de PIB do estado, não tem interesse em conservar a vida de sua própria espécie quiçá de outras, e essa são as nuances do Brasil, lindo, fértil, com uma biodiversidade enorme, com uma capacidade enorme, mas sem grandes profundidades políticas.
Luana P. Porto Silveira

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