sábado, 27 de fevereiro de 2010

Navio Negreiro


Navio Negreiro
Da passagem histórica, nasce o lúdico, a arte oprimida de um povo roubado de seu solo, solo este que violentado, gera seu filho pródigo: O Brasileiro.
Homens e mulheres, coisificados pelo animismo pré – conceituoso de gente, tão gente quanto à gente negra.Têm-se a concretização da palavra brutalidade, podem afirmar que foi o período de escravidão. As afirmações do modo de produção em que vivemos provem de um derramamento de sangue: chibatadas nos corpos de homens que geraram o desenvolvimento sustentável de uma sociedade, assassina, vampirizada, hipócrita, selvagem, irracional.
Eis a pergunta: Do que serve a razão individual, sem sentimento! Para gerar luxuria, prazeres de corpos, ganância, poder...
As mulheres negras, violentadas pelos seus senhores, espancadas, mutiladas, pelas suas senhoras. Negras estas, meus caros, que geraram uma nação que constitui o Brasil.
Entretanto, em meio a esta Barbárie, se tem uma resistência do povo negro, que se perdura ate contemporaneidade. Hoje vivemos numa sociedade racista, dos filhotes daqueles que no passado escravizaram o povo negreiro. Quando este contexto se afirma, vamos para a reflexão da frase: “Não há racismo no Brasil”. Pois os estereótipos são claros, introjetados em nosso consciente e subconsciente, que a o cabresto do mundo capitalista, não deixa espaço para a criticidade das pessoas que não se auto – conhecem.
Meus caros, o pré - conceito, o racismo existe em toda parte, e necessário que façamos o esclarecimento dos pensamentos. Entendendo que a resistência negreira se encontra nos guetos, em minoria inserida nas classes medias ou na elite brasileira.E sendo nesta resistência, que o povo afro brasileiro demarca seu espaço através de sua musica, religião, esporte, na expressão cultural que é banalizada pela classe dominante. Tentando forçar a negritude a se caracterizar como a burguesia.

Vem vamos embora que esperar não e saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer.
Um grande Axé a consciência Negreira.
Luana Porto



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Reflexão


A minha liberdade... A minha liberdade está nos ventos soprando, nas flores envolvidas por folhas que balançam, entre um vai, outro vem, formando uma sinfonia de arpas, que nos revela uma suavidade que acalenta a minha alma. Alma nua, despida de materiais pesados, que formam pensamentos pesados, deterioram o equilíbrio do corpo, adoecendo nossas mentes que se paralisam, sem um objetivo real, que de tão sul real, torna - se o ímpeto de meus ancejos, que nada mais são do que a simples vontade de obter liberdade. Acreditar no ser humano, é compreender que a sua evolução é buscar sua alma nua, crua, alma nua significa o des - preendimento de roupagens de encargos que vem atribuindo a identidade universal da chama trina divina- Zambi – Oxalá – Espírito Sacro, encargos da dimensão material, os quais deturpamos com a nossa falta de compreensão. A busca pela liberdade é amar a Deus pai onipresente, amar a Deus significa amar a todas as coisas, sair do mistério incompreendido, e sentir os pequenos atos da natureza e suas infinitas possibilidade fornecidas pela mesma.

Luana Porto.

Olha Negrinho!!!


Preto quando andava na terra, muita reza, rezou ... Olha Negrinho!!
A nossa história, desde o período em que foi retratada, vem mostrando um derramamento de sangue cruel. Referindo aos escravos negros que construíram alicerces do mundo, com sua arquitetura, com o manejo da terra, com a medicina, com sua historicidade, com seu trabalho, com diversas outras competências que demarcam o desenvolvimento de diversas sociedades. Na colocação de Karl Marx, o trabalho é um processo de que participam o homem e a natureza, processo em que o ser humano, com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material com a natureza. Defronta-se com a natureza como uma de suas forças. Põem em movimento as forças naturais de seu corpo – braços e pernas, cabeça e mão – a fim de apropriar -se dos recursos da natureza, imprimindo-lhes forma útil à vida humana. Atuando assim sobre a natureza externa e modificando – a, ao mesmo tempo modifica sua própria natureza(...). Nós Negros, meus caros, somos homens, que pensam, produzem, reproduzem, porém nos colocamos diferentes da classe trabalhadora brasileira, porque a vanguarda trabalhadora, nos compreende na teoria como trabalhadores, esquecendo mais de quatro séculos de escravidão, só no Brasil.
E esta mesma vanguarda, não abre os olhos para enxergar que a descendência de escravos que estão nas favelas, em regiões do mapa do país regularizadas, em grande maioria, descendo cada vez mais para o condicionamento de miseráveis, sem ética, irmãos que possuem um estereótipo de batedores de carteira, meninos e meninas de rua sem opções de escolha de uma nova realidade. E o respeito da vanguarda trabalhadora; em tratar o trabalhador que construiu este país na sua economia, no processo de trabalho para subsidiar condições básica de sobrevivências daqueles que nos oprimiram de formas escabrosas, criando esteriótipos para beiçudos, do nariz achatado, da mulata, do sarará de hoje. Para esclarecer melhor, penso que não há unidade, nem organização do movimento trabalhador, porque não há reconhecimento da Afro – descendência, pois se há, lhes digo que é por mero encargo de consciência. Entretanto se houvesse, teríamos unidade na mobilização do operariado, mas o que temos na contemporaniedade brasileira é um racismo desapercebido pelos que se dizem articuladores do movimento social que tomam partido por organizações eleitoreiras.
Para sentir preconceito basta banalizar crenças, estereotipar a negrinha ou o negrinho, que resolve colocar a tona sua criticidade, menosprezando qualquer embasamento teórico, que queira intervir na prática a garantia de suas crenças. E partidos politiqueiros, que se denominam de esquerda, pregando revolução socialista no Brasil de mão armada, renegam nosso povo negreiro, sua cultura, pois não há o entendimento da excentricidades das nações, nem o respeito da individualidade dos povos.
Uni vos sim o coletivo das classes trabalhadoras, mas que parta da base estrutural da sociedade. Não tentando patrolar as crenças e convicções dos negrinhos que não estão, ou não são graduados. A inserção do senso crítico a massa, não é impor uma ideologia mas sim mediar seus próprios pensamentos, seus próprios sentimentos, suas próprias referencias. No meu entendimento, estas foram ações de grande vanguardas como; Marx, Lenin, Che Guevara, Luter King, Mandela, Pai João, vovô Cipriano, Preto velho da Cambinda, Vovó Catarina...
Como já dizia Lenin num texto direcionados aos anarquistas: “Quando se diz mentiras para massa trabalhadora, não a tem para luta revolucionária. Se atem, não a terá por muito tempo”. E é nesta perspectiva, que possuo o entendimento, de que o a massa trabalhadora é organizada porém não há mediação de seus pensamentos, para que se possa direcionar seus sentimentos a uma revolução de acordo com a conjuntura atual do Brasil, compreendendo que o navio negreiro vem do fundo do mar, para transformar com a justiça de Xango, e a ingenuidade de Doum.

Um Axé,
Luana Porto.

Energia




O mundo hoje parou, não sabemos em qual tempo estamos não temos pernas para caminhar em busca da vida, temos poucos recursos para resgatar a humanidade de dentro desse envoltório pesado, cujo aniquila a percepção de algo muito maior. Feliz daquele que sente, feliz daquele que souber conduzir esse envoltório ao trajeto final; triste daquele que não planta, triste aquele que não produz algo pelo próximo, pois aquele que se isola dessa condição, perde a oportunidade de integrar-se ao universo de conhecimentos que cercam esse pequeno planeta, onde a pretensão da espécie homo sapiens sapiens, limita-se a interagir apenas com seu ambiente e seus limites, sem oportunizar-se a buscar mais conhecimentos, saberes cuja tradição brasileira traz na sua passagem de tempo.

É necessário destacar que, a capacidade de pensar do homem, estagnou quando o sujeito parte do concreto e volta para o concreto, o que lhe parece estrangeiro passa a ser visto de forma etnocêntrica, pela população que nega o fato de existir mais que o concreto. Negar o que gera o movimento é abdicar da faculdade individual de enriquecer os pensamentos. Negar a existência energética é desfacelar a saúde mental de cada um e também resignar-se, a não refletir conhecimentos sobre a corrente que forma a grande irmandade que se desenvolve neste planeta.
Essa energia parte do buraco negro que envolve essa grande concentração de luz, potência, força de forma intensa, a qual é imperceptível aos olhos de caríssimos humanos demasiadamente humanos. Logo, se essa energia reflete sobre a evolução de cada partícula universal, porque ainda não conseguimos seguir o ciclo natural da vida de maneira mais audaciosa, pois o universo é vida, sendo vida somos parte dele, logo tendemos a reproduzir apenas o que está em lócus, sem parar para pensar o quão grande é esse vasto universo que nos forma. O tamanho dessa inteligência, que não temos a percepção é incalculável, nada mais natural do que essa força gerar energia e por sua vez essa energia gerar movimento e esse movimento refletir, colhendo a produção de dimensões que desenvolve um projeto majestoso, onde o objetivo crucial é desenvolver um coletivo de seres que permanecem contribuindo para o amadurecimento de cada individuo.
Reproduzir essa magnânima estrutura universal, é o mais alto grau que o ser humano pode chegar, pois reconhecer a sua origem, movimentar-se a ponto de produzir, ou seja, refletir uma criação que supra sua necessidade quanto a de seu grupo social, é de fato seguir um alto ciclo dialético que gera a síntese mais sensata que é o amor.

Contribuir para geração do amor é destruir o que está estagnado, destruir o concreto que cega, e quando tudo estiver devastado, a esperança de recomeçar, formar novos conceitos, criar novas oportunidades é o elo mais forte para mantermos nossa sub - existência. Assim, o planeta terra vem respondendo e muito mais do que isso, vem contribuindo com a sua parte para construção de um novo mundo, quando a natureza exalta a sua fúria, longe de ser uma atuação findada, é uma atuação para chegarmos a um novo ciclo. Confiando que os seres escolhidos para suportar essa ira, dos elementos que formam o concreto, a matéria, são os seres oportunizados a pensar no equilíbrio do novo mundo, sendo assim, as vítimas dessas catástrofes são a esperança do resto do mundo, na luta incessante de construir um mundo melhor.

A sonorização do mundo é o caminho que trilha a biodiversidade para percepção de informações inacabáveis, pois o som não se pode tocar, não se pode ver, nem cheirar, não se pode sentir o gosto, apenas ouvimos, e ouvir é um atributo de poucos, poderia dizer que é uma arte, pois a audição pode levar um ser a beira da complexidade mostrando o máximo de possibilidades para que forme diversas teses a serem derrubadas pela novidade que a dança dos sons podem criar. Negar a importância do som é empobrecer o espírito do desenvolvimento, criar sons de forma primitiva é recusar-se de aprender, é recusar-se de escutar o que causa a impossibilidade de ampliar o campo de idéias que os seres humanos podem conter consigo.
Compreender que a energia é de onde viemos e para onde vamos, é o primeiro passo, para nos reconhecermos como organismos vivos que compões a imensidão universal. Após essa compreensão, é necessário que os corpos pensantes dessa biodiversidade libertem-se da alienação e passem a problematizar questões a serem respondidas por um coletivo que objetivam o desenvolvimento dos seres da terra, suprindo as necessidades essenciais de cada um, movimentando assim a relação temporal e dimensional do meio em que vivemos. Essa via de atuação, leva a refletir idéias de mais variadas formas, e por sua vez contribuir para o crescimento intelectual do coletivo social do mundo.