quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Olha Negrinho!!!


Preto quando andava na terra, muita reza, rezou ... Olha Negrinho!!
A nossa história, desde o período em que foi retratada, vem mostrando um derramamento de sangue cruel. Referindo aos escravos negros que construíram alicerces do mundo, com sua arquitetura, com o manejo da terra, com a medicina, com sua historicidade, com seu trabalho, com diversas outras competências que demarcam o desenvolvimento de diversas sociedades. Na colocação de Karl Marx, o trabalho é um processo de que participam o homem e a natureza, processo em que o ser humano, com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material com a natureza. Defronta-se com a natureza como uma de suas forças. Põem em movimento as forças naturais de seu corpo – braços e pernas, cabeça e mão – a fim de apropriar -se dos recursos da natureza, imprimindo-lhes forma útil à vida humana. Atuando assim sobre a natureza externa e modificando – a, ao mesmo tempo modifica sua própria natureza(...). Nós Negros, meus caros, somos homens, que pensam, produzem, reproduzem, porém nos colocamos diferentes da classe trabalhadora brasileira, porque a vanguarda trabalhadora, nos compreende na teoria como trabalhadores, esquecendo mais de quatro séculos de escravidão, só no Brasil.
E esta mesma vanguarda, não abre os olhos para enxergar que a descendência de escravos que estão nas favelas, em regiões do mapa do país regularizadas, em grande maioria, descendo cada vez mais para o condicionamento de miseráveis, sem ética, irmãos que possuem um estereótipo de batedores de carteira, meninos e meninas de rua sem opções de escolha de uma nova realidade. E o respeito da vanguarda trabalhadora; em tratar o trabalhador que construiu este país na sua economia, no processo de trabalho para subsidiar condições básica de sobrevivências daqueles que nos oprimiram de formas escabrosas, criando esteriótipos para beiçudos, do nariz achatado, da mulata, do sarará de hoje. Para esclarecer melhor, penso que não há unidade, nem organização do movimento trabalhador, porque não há reconhecimento da Afro – descendência, pois se há, lhes digo que é por mero encargo de consciência. Entretanto se houvesse, teríamos unidade na mobilização do operariado, mas o que temos na contemporaniedade brasileira é um racismo desapercebido pelos que se dizem articuladores do movimento social que tomam partido por organizações eleitoreiras.
Para sentir preconceito basta banalizar crenças, estereotipar a negrinha ou o negrinho, que resolve colocar a tona sua criticidade, menosprezando qualquer embasamento teórico, que queira intervir na prática a garantia de suas crenças. E partidos politiqueiros, que se denominam de esquerda, pregando revolução socialista no Brasil de mão armada, renegam nosso povo negreiro, sua cultura, pois não há o entendimento da excentricidades das nações, nem o respeito da individualidade dos povos.
Uni vos sim o coletivo das classes trabalhadoras, mas que parta da base estrutural da sociedade. Não tentando patrolar as crenças e convicções dos negrinhos que não estão, ou não são graduados. A inserção do senso crítico a massa, não é impor uma ideologia mas sim mediar seus próprios pensamentos, seus próprios sentimentos, suas próprias referencias. No meu entendimento, estas foram ações de grande vanguardas como; Marx, Lenin, Che Guevara, Luter King, Mandela, Pai João, vovô Cipriano, Preto velho da Cambinda, Vovó Catarina...
Como já dizia Lenin num texto direcionados aos anarquistas: “Quando se diz mentiras para massa trabalhadora, não a tem para luta revolucionária. Se atem, não a terá por muito tempo”. E é nesta perspectiva, que possuo o entendimento, de que o a massa trabalhadora é organizada porém não há mediação de seus pensamentos, para que se possa direcionar seus sentimentos a uma revolução de acordo com a conjuntura atual do Brasil, compreendendo que o navio negreiro vem do fundo do mar, para transformar com a justiça de Xango, e a ingenuidade de Doum.

Um Axé,
Luana Porto.

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